Entrevista do empresário Marcos Guedes - proprietário da ISIS

Empresário aposta no seu sonho e monta empresa de laticínios
Como bom empreendedor, Marcos Guedes passou rapidamente de leigo na área de laticínios para um conhecedor do assunto
Adlene Andrade, com Redação

O empresário Marcos Antônio Guedes, de 43 anos, afirma que o empreendedor tem que sonhar para depois realizar seus sonhos
João Pessoa - Uma coisa em comum de todos os vencedores é a busca pela realização dos seus sonhos. Com o empresário Marcos Antônio Guedes, de 43 anos, proprietário da Belo Vale Laticínios Ltda, não é diferente. Ele afirma que o empreendedor tem que sonhar para depois realizar seus sonhos. Esta é uma das principais recomendações dele para quem quer começar seu negócio.

O conselho deve ser considerado, pois ele hoje comanda uma empresa com 110 funcionários e produção de cinco mil litros diários de iogurte numa região onde a pecuária já esteve bastante decadente. Instalada na cidade de Sousa, no Sertão paraibano, a fábrica produz uma das marcas mais consumidas na região, a Isis.

Guedes conta que, assistindo a uma reportagem sobre produção de alimentos no Globo Rural, se interessou pela área, começou a buscar informações, participar de cursos e visitar empresas até definir que abandonaria sua profissão de vendedor e representante comercial para tornar-se empresário da área de laticínios.

Como bom empreendedor, Marcos Guedes, passou rapidamente de leigo na área de laticínios para um conhecedor do assunto, principalmente porque se dedicou a visitar empresas do setor e não cessou a busca por informações para conseguir sucesso na área. "Me espelhei nas empresas que conhecia e fui catando informações".

Sentindo dificuldade em estabelecer um fornecimento de insumos regular e de qualidade, a Belo Vale Laticínios começou adquirindo produtos de outros Estados. Com o tempo passou a integrar-se mais com os produtores da região e estimular sua organização. Hoje, o leite e as polpas de frutas já são fornecidos por pequenos produtores locais.

Comercialmente, a Belo Vale enfrentou a dificuldade de tentar colocar no mercado um produto novo para o Sertão da Paraíba, que era o iogurte fora dos padrões das grandes multinacionais e que pode ser considerado alternativo. "O hábito alimentar da população para produtos que podem ser considerados saudáveis ainda é reduzido, mas o mercado está melhorando a cada dia", garante Guedes.

Incentivos

Com recursos próprios, Guedes instalou a Belo Vale para produzir inicialmente 200 litros diários de iogurte. Sem nenhum tipo de incentivo fiscal, a empresa cresceu e após oito anos de funcionamento decidiu recorrer a rede bancária oficial para buscar recursos e ampliar sua produção.

Para sua surpresa, a Belo Vale foi a primeira empresa, na região de Sousa, contemplada com financiamento do Programa de Geração de Emprego e Renda do Governo Federal (Pronager), mesmo muito tempo depois dele entrar em operação.

Há dois anos, ele conseguiu isenção de 50% de seus impostos como incentivo fiscal do Governo do Estado e na implantação da nova unidade de produção com apoio financeiro da Cinep e da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio, Turismo, Ciência e Tecnologia.

Desenvolvimento

A empresa tem um crescimento anual de 10%, com pontos de distribuição no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Os produtos Ísis são vendidos em pequenos supermarcados, padarias e lanchonetes. “Estamos negociando com as grandes redes de supermercados”, disse Guedes.

Com a ampliação da linha de produção ficou clara a necessidade de organização da empresa. O empresário estruturou os departamentos administrativo/financeiro, de compras e recursos humanos para garantir um melhor atendimento a seus clientes.

Sempre bem informado e atento as novidades do mercado, Guedes sempre participa dos cursos, palestras e programas como o Empretec. “Os cursos me ajudam no gerenciamento e a fazer um maior planejamento das etapas de lançamento de um produto”, diz.

Fórmula do sucesso

Para quem pretende tornar-se um empreendedor, Guedes, sugere uma fórmula que equilibra razão e paixão. Diz que antes de tudo a pessoa deve sonhar para poder tentar colocar em prática seus desejos e, ao mesmo tempo, adotar uma postura racional que inclua avaliações sobre a viabilidade do negócio.

Este foi o caminho seguido por ele. Como resultado, conseguiu montar uma das maiores empresas de Sousa, numa região onde empregos formais são difíceis e as constantes estiagens abalam a economia baseada em atividades primárias.

“O primordial para o sucesso da empresa é haver identificação do empreendedor com o que está se fazendo ou vai fazer. Sonhar levando em conta que nem todos os sonhos se realizaram, porém, todas as grandes realizações foram sonhadas”, aconselha.
Fonte: Agencia SEBRAE de Noticias
http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=1353498&canal=40